O que estamos fazendo aqui? Qual é a “nossa” aqui neste planetinha? Existem inúmeras teorias, religiões e ciências tentando responder estas questões. Pra mim esta pergunta foi de certa maneira respondida no último sábado, por uma garotinha mágica de um pouco mais de 1 ano de idade. Quando ela, saindo de seu quarto de manhã, ainda sonolenta, meio assustada por não ter encontrado ninguém ao seu lado na cama ao acordar, veio andando em minha direção com os bracinhos erguidos pedindo colo. Pedindo proteção. Seus pais estavam ali por perto cuidando das malas para pegar estrada. Eles estavam nos visitando e era dia de partir. Mas ela não entendendo, correu para a primeira pessoa confiável que viu ali. Instinto de sobrevivência infantil. Ela só precisava saber que alguém estava ali, precisava de contato. E eu, que tive a sorte de estar no caminho dela naquela hora, fui privilegiada por um abraço apertado, cheirozinho, ainda quentinho da cama. Nós duas estávamos ali, bem, uma protegendo a outra no caos das incertezas.
Eu acho que é exatamente este o sentido de nossa existência. Proteger.
Estou falando de proteção de mãe para filho, de filho pra mãe, de amor de tia para sobrinho, de amor entre irmãos, de amor de humano para bicho e todas as formas de amor. Nosso único objetivo por aqui é amar e proteger. Dar um abraco silencioso só para mostrar que estamos alí. Telefonar para alguém, trocar aquelas palavras aparentemente sem importância, mas que têm o efeito de acalmar corações. Proteger a humanidade através do cuidado com o meio-ambiente.
Hoje em dia muitos casais estão lutando para ter filhos. Aderindo à tratamentos em clínicas de reprodução. Querendo ter alguém para cuidar, e para serem cuidados. Muitas mulheres só se completam quando se tornam mães. E se não conseguem realizar este sonho, transferem o poder de proteção para um bicho de estimação, para o marido, para a mãe e o pai. E eu acredito que ter alguém para proteger, para ensinar o caminho já percorrido, para mostrar os caminhos a não se percorrer, fazem parte da força que alimenta a busca da maternidade, por exemplo. Está tudo bem em desenvolver outras formas de proteção. Cuidar um do outro, cuidar dos amigos ao redor, se dar aqueles que precisam de um pouco de ajuda. Tudo é válido, desde que o que se desenvolva seja o prazer em proteger e não o contrário.
Estamos aqui pra isso!
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